Essa frase sempre me instigou. Desde a primeira vez que a li no discurso de posse do Nelson Mandela, em 1994, retirada do livro de Helen Schulman, jamais esqueci. Mas o que seria esse despertar? Sim, digo despertar, pois imagino que, para alguém deixar o melhor de si vir á tona, é necessário que despertemos para uma nova consciência. Em um modelo tradicional, somos pessoas egocêntricas, individualistas. Pensamos muito no que nos interessa , no que importante para nosso bem- estar . Para muita gente, o sentimento global de unidade, de conexão profunda dentro de uma teia mais ampla é algo distante, pelo menos no ponto de vista emocional.
Conseguimos nos conectar com pessoas em outro lado do mundo, fazemos campanha pela internet pelos desabrigados de enchentes, tsunames ou terremoto que ocorrem em outro países, mas daí a se envolver diretamente com uma postura engajada de visão global da vida é bem diferente. Aprendi que para deixarmos nossa luz brilhar é preciso que primeiro comecemos a dar o melhor de nos as pessoas mais próximas. Sermos pacientes generosos, amorosos e desprendidos para estranhos é bem mais fácil que sermos tudo isso para quem convive conosco diariamente. Depois, aprender a trocar o pronome possessivo "meu" pelo "nosso", em sua forma de sentir a vida, é o grande desafio.
Assim, não é mais meu bairro, mas nosso bairro. Não é mais meu país, mas nosso país. Não é mais meu mundo, é nosso mundo. Quando realmente sentimos que tudo é nosso e estamos interligados, passamos a nos importar com tudo e com todos. Não importar-se desequilibrado, tentando impor seus valores sobre os demais que não se importam.
Mas importar-se maduro, demonstrando com compaixão a verdade em seus atos que a melhor forma de modificar nosso mundo é, sem dúvida, modificar a nós mesmos e fazer de nosso exemplo um grande painel de divulgação do bem viver.
Portanto, comece a despertar. Importe-se com o outro ser humano e com as outras formas de vida, como as plantas e os animais, afinal, todos temos a mesma origem. Quando um dia compreendermos verdadeiramente que não há como fazer bem ou o mal a qualquer forma de vida sem fazê-los a nós mesmos, começaremos a deixar nossa luz brilhar, sem receio, sem nenhum esforço. Será um brilho belíssimo de quem aprendeu a reconhecer seu papel no mundo e a vivenciá-lo com amor e gratidão. E você já deixou sua luz brilhar?