A MEMÓRIA E AS PEQUENAS PEDRAS

18 de OUT, 2018

A memória é um dos atributos do cérebro humano que mais desperta interesse. Afinal, somente podemos viver da forma como vivemos devido à capacidade de reter e recordar as informações. Já imaginou como seria complicado se esquecêssemos de nosso nome, de onde moramos ou de quem são nossos parentes; ou mesmo de quem somos e do que fazemos? É fácil perceber a relevância desta capacidade de nosso cérebro. Por tanto, aperfeiçoá-la sempre foi e será um grande desejo de toda a humanidade. Quem não gostaria de ter excelente memória? Quem não gostaria de possuir uma ótima concentração? Essa perspectiva de aumenta o poder de absorção de informações sempre foi uma proposta sedutora. Entretanto, seria possível fazer isso ou já nascemos “condenados” a passar a vida com uma capacidade limitada de memorização e aprendizagem? E se possível, por onde começar? Qual o primeiro passo a ser dado para conquistar uma ótima memória?

De alguns anos para cá, ter uma grande memória passou a ter status de talento. É isso mesmo. Ter excelente memória é construir um grande talento. Como mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e a exigência educacional cada vez maior, saber potencializar a capacidade de aprendizagem é uma das grandes virtudes que alguém pode ter. E as últimas descobertas científicas a respeito do cérebro humano nos estimularam ainda mais a acreditar que esta realidade é plenamente possível.

A primeira reflexão a ser feita é como você enxerga sua memória? Sua visão é que boa memória é ter a capacidade de guardar todas as informações ou armazenar os conhecimentos de que necessita? Porque os especialistas acreditam na ultima opção. É humanamente impossível saber de tudo e guardar tudo e também desnecessário. Precisamos é educar nossa concentração e cérebro para armazenarem informações necessárias para nosso dia-a-dia. Esta questão é tão importante que, atualmente, atribui-se ao tecnoestresse (estresse tecnológico) ou ao infoestresse (estresse pelo excesso de informação) a responsabilidade por grandes problemas de saúde e queda da produtividade profissional. Resumindo: devemos memorizar o que precisamos e não o que os outros acham que necessitamos!

A segunda reflexão diz respeito a maus hábitos que deterioram nosso poder de memorização, por interferirem de forma contundente nesse processo. Um bom exemplo disso é a rotina e o desânimo, que estão interligados. Se você está desanimada(o) para fazer alguma atividade, como ler um livro ou assistir uma aula, essa desmotivação se materializa em forma de falhas na primeira fase da memória, que tem o nome de assimilação. Conseqüentemente, com má assimilação, devido à falta de interesse, nosso cérebro não se sente estimulado para guardar a informação. Uma boa alternativa é encontrar benefícios os adjacentes ao que precisamos fazer, mesmo quando não estamos a fim. É como se um pré-universitário ficasse muito estimulado em estudar matemática, a matéria que menos gosta, pois tem a convicção que se sobressair neste conteúdo há de ser aprovado no exame almejado. Portanto, quem tem uma existência rotineira, “sem sal”, não faz coisas novas nem se permite pensar em modificar a forma como vem vivendo a vida pode estar se condenando a sempre ter dificuldades na área da memorização.

E a terceira e última reflexão que iremos fazes neste artigo é sobre o poder da repetição. É que, segundo os cientistas, quanto maior o número de vezes que geramos um estímulo ao cérebro ao cérebro, maior a probabilidade de registrarmos esta informação de forma duradoura. Pode observar que não esquecemos nosso nome ou onde moramos ou com quem vivemos, pois são dados a que constantemente temos acesso, pois sempre nos repetimos. Todas as leituras que são refeitas são absorvidas com mais intensidade. O mesmo se dá no aprendizado de idiomas. A repetição de frases e exercícios cria no cérebro novas cadeias neuroquímicas, que irão ser responsáveis por assimilar e registrar novos conhecimentos. Repita tudo o que for possível e quiser memorizar. A chance de isso acontecer vai aumentar!

Tenho consciência que não apresentei nenhuma técnica nova, algo que você não saiba, mas esta já é uma das constatações dos estudiosos da memória humana. Percebo que existe uma grande desinformação da população a respeito de como proceder na busca por memória mais plena. Isso se deve, parcialmente, por ignorarmos cuidados simples para extrair o máximo de hábitos corriqueiros do cotidiano, como dormir melhor, ser disciplinado e estar sempre atento ao que se deseja aprender. Vale lembrar, aqui um velho provérbio chinês que diz que “tropeçamos nas pequenas pedras porque as grandes nós enxergamos”