Ninguém é perfeito. Ouvimos essa frase constantemente e nem sempre sabemos como contextualizá-la em momentos existenciais mais profundos. Quem nunca fez algo e se arrependeu, desejando poder retornar no tempo para refazer o que tinha realizado? Quem nunca ouviu falar de alguém que vive se culpando por erros do passado e não consegue seguir adiante, porque sua consciência vive em conflito? Encontrar harmonia entre caminhada e ideal de caminhar é algo fundamental para termos paz. Da mesma forma que ser negligente com a vida, vivendo irresponsavelmente é desaconselhável, viver carregando culpas também o é.
Como humanos, não somos seres prontos. Estamos em constante aperfeiçoamento. Estamos aprendendo a viver e caminhar dia a dia. É natural que algo que hoje parece óbvio ontem não parecesse. Quando dizermos que se pudéssemos voltaríamos atrás e faríamos de forma diferente, estamos apenas usando uma força de expressão, pois isso não seria possível. Pois se voltássemos no tempo estaríamos como estávamos antes de fazer o que consideramos equívoco. Resumindo: apenas vivendo e reavaliando com sinceridade cada passo dado é que geramos boas experiencias que nos conduzem a uma visão mais madura de como viver e assim ajudamos outros a nosso redor a fazer o mesmo. É sempre bom lembrar que nossa liberdade existencial ilumina a muitos que ainda estão presos em conflitos e velhas culpas.
Não se culpe. Arrependa-se, pois se arrepender abre portas para a renovação de atitudes. Culpar-se somente aprisiona. Quando nos arrependemos verdadeiramente e renovamos nossas ações, nos libertamos. Quando simplesmente nos culpamos pelos equívocos e nos negamos a continuar seguindo nos aprisionamos ao passado que não pode ser mudado. E se punir por isso não ajudará em nada a termos resultado melhor. Abra o seu coração e siga adiante, renovando-se e experimentando na medida do possível gratidão e alegria em poder se renovar e aprender com os velhos erros.
Feliz de quem aprendeu a viver assim. Pois, além de se tornar uma pessoa responsável, ainda não deixa de saborear o gosto de cada descoberta, ainda que por vezes descubramos que nem tudo tem o sabor doce que gostaríamos. Viva, sem culpas, mas com bons arrependimentos.