Imagine um mundo ideal, repleto de pessoas equilibradas, com clara noção de suas emoções e do que querem, vivendo harmoniosamente com seus semelhantes. Imagine, ainda pessoas com capacidade de resiliência, ou seja, de adaptarem a situações de adversidade, de maneira madura, sem negarem suas dores ou perdas, mas sem permitir que estas impeçam sua vida de seguir adiante, com alegria. Por fim, imagine pessoas generosas, importando-se verdadeiramente com o bem-estar das outras e, porque não dizer, de toda a humanidade.
A princípio, parece utopia, mas um caminho que vale a pena buscar. Eis, aqui, a meu ver, a verdadeira definição da legítima autoajuda: tentativa de encontrar autoconhecimento e consequentemente amadurecimento para lidar com as diferentes situações da vida, formas de ser mais felizes e de compartilhar esse bem-estar com os demais.
Abordada nos livros, em conselhos de amigos, em programas de rádios e TV, a autoajuda, no prisma a que me referia, é tentativa de profissionais e pessoas a encontrar seu caminho e se alimenta de sua própria essência para superar dificuldades e seguir em direção a uma vida compensadora. Temos aqui dois lados. A autoajuda, em sentido pejorativo, apresenta soluções simplórias e prontas para problemas, por vezes complexos, que demandam a presença de profissional competente para saná-los. São propostas formulações mágicas, ignorando a especificidade do caso de cada um. Pode até iludir e prejudicar os desavisados, pois quando trocamos o caminho seguro pela promessa de outro mais curto, porém perigoso, podemos nos prejudicar.
Para avaliar o que lê, ouve e assiste, observe os resultados que as propostas traze para você e a outras pessoas. Árvore boa não dará maus frutos. Se os conselhos forem bons e embasados, vamos, sem dúvida, encontrar referências e indicações ou dicas de quem compartilha suas visões de como viver melhor. Evite propagar o trabalho de alguém até se certificar da sua seriedade e com o devido comprometimento com uma postura séria. Embora não seja mágica, a verdadeira autoajuda realmente contribui para ampliar nosso olhar para uma vida melhor. E dessa ajuda, certamente todos precisamos.